BRASIL
ALBERTO HANDFAS
Tema: Capitalismo de Estado e planificação econômica na gênese da planificação soviética - a pesquisa buscará retomar o debate e atualidade das formulações de Lênin sobre a economia planificada referenciadas na experiência de capitalismo de estado da Alemanha durante a Primeira Guerra mundial. Nesse sentido, dialoga em certa medida com posições supostamente neo-keynesianas que enfatizaram a ênfase do papel planejador dos estados nacionais mesmo em economias capitalistas desenvolvidas.
VÂNIA CIBELE ORNELAS DE OLIVEIRA
Tema: Debates sobre a teoria do valor e sua vigência durante o período de transição econômica das economias planificadas. Tem-se como referência para este debate as teses de Isaac Illich Rubin sobre a teoria do valor e os aportes de Eugeni Preobrazenski realizados na década de 1920 na União Soviética.
ROBERTO VITAL ANAU
Tema: razões históricas da inapetência inovadora da burguesia brasileira. Ao longo da industrialização brasileira, emergiu uma atitude habitual do empresariado industrial brasileiro: a mera adaptação a tecnologia e métodos de gestão importados dos países de capitalismo avançado. Nenhum produto, nenhum processo produtivo, nenhuma forma de gestão ou organização intra e interempresarial revela qualquer criatividade, qualquer impulso inovador. Destaca-se o caráter intrinsecamente adaptativo ou simplesmente imitativo em relação aos centros avançados do capitalismo mundial. Paradigmas teóricos propostos: a teoria marxista do desenvolvimento desigual e combinado; o neoschumpeterianismo (padrões comportamentais e de ação nos países capitalistas inovadores) e a planificação econômica.
GUILLAUME SAES
Tema: Os planos econômicos na França do pós-guerra - Este processo de concentração capitalista teria iniciado em 1945, mas teria sido preciso o sistema político mais centralizador surgido em 1958 para submeter definitivamente os setores sociais e econômicos que representavam um obstáculo à sua consolidação: pequeno e médio capital, movimento operário. Queremos também, com base nesta discussão, entender melhor o significado social das transformações econômicas do capitalismo francês durante os trinta anos de crescimento que marcaram a economia do país a partir do final da Segunda Guerra Mundial, melhor dizendo, tentaremos entender em que medida o período de maior crescimento econômico e industrial da história da França representou uma mudança de configuração de suas classes dominantes, e quais setores da burguesia passaram então a controlar o Estado francês. O estudo da planificação econômica francesa é a base deste estudo.
JOÃO URIAS
Tema: A ocupação e gestão de empresas por trabalhadores como fenômeno histórico contemporâneo. A prática de ocupar empresas não é recente. Na verdade, ela surgiu com o nascimento do movimento operário, logo após a consolidação do sistema social capitalista, no século XIX (chamando a atenção de observadores importantes como Engels e Jonh Stuart Mill) e, desde então, se repetiu em muitas outras ocasiões, neste período de quase dois séculos (URIAS, 2014, p. 8). No entanto, no ciclo histórico anterior, o escopo era elevar a pressão para um fim negocial, de reivindicação, ou de protesto, como, por exemplo, as ocupações do triângulo industrial Milão-Turim-Gênova, em 1920. Nos raros casos em que surgiu o objetivo de produzir, elas tiveram existência curta (poucos meses, ou, até mesmo, dias), e ocorreram de maneira esparsa e isolada. Experiências mais recentes demonstraram que a gestão operária e coletiva poderia ser vista como um fenômeno histórico mais profundo.
LUÍS BERNARDO PERICÁS
Tema: Debates e estudos sobre a experiência de planificação socialista cubana. A pesquisa recupera os debates teóricos ocorridos nos primeiros anos da revolução cubana relacionados com os passos iniciais dos projetos de industrialização liderados por Che Guevara, os debates ocorridos com Ernest Mandel e Charles Bettelheim e as diferentes polêmicas ocorridas naquele momento.
EVERALDO DE OLIVEIRA ANDRADE
Tema: O objetivo desta investigação é realizar uma breve análise da gestão coletiva que trabalhadores do campo e das cidades realizaram sobre os meios de produção na Espanha revolucionária – na região da Catalunha - e seus impactos sociais mais significativos. Durante o período entre 1936 e 1939 em que se desenvolveu o processo houve ações comuns em diferentes regiões da Espanha envolvendo setores fundamentais das classes trabalhadoras do campo e da cidade, que buscavam se apropriar dos meios de produção em mãos dos capitalistas, questionando diretamente o regime da propriedade privada dos meios de produção. Esses movimentos foram marcados pela constituição de órgãos próprios de poder democrático como comitês, assembleias de fábricas e coletividades que abarcavam responsabilidades que iam além de gestão de setores da produção. A questão central a examinar estaria nas relações/estratégias/caminhos entre gestão democrática local e centralização e/ou planejamento centralizado estatal. Pretende-se partir dos balanços da historiografia e dos debates econômicos da época para se buscar – se possível – fontes documentais primárias como atas de assembleias e reuniões de trabalhadores que vivenciaram a experiências da gestão operária e dos embates e lutas políticas e econômicas relacionadas à planificação estatal.